quinta-feira, 24 de abril de 2014

A mudança

Estou a um passo de ser livre.
Adeus mãe e pai, olá independência.
Lá fora, parado na rua, vejo um pequeno caminhão de mudanças.
Homens altos carregavam pacotes infinitos, recheados de roupas minhas.
Avisto também meus pais envolvidos em um abraço cheio de tristeza e ao mesmo tempo repleto de orgulho.
Permaneço em meu quarto.
Olho para um canto, olho para outro.
Relembro de tudo o que já passei neste local, e como está sendo difícil deixa-lo pra trás; e que em um futuro muito próximo ele já fará parte de meu passado.
É preciso ser forte neste momento tão triste, onde deixo minha infância e a entrego á minhas lembranças.
E o pior de tudo é que nem poderei levar meus tão preciosos móveis comigo, pois eles pertencerão a minha prima.
Meus armário, minha cama e todo o resto não são mais de minha posse.
E agora que abri mão de meus bens preciso comprar outros...
Sei que fazer isso será muito difícil, porque mesmo os móveis que sejam idênticos a esses, nunca serão iguais a eles.
Então mesmo visando as consequências, entrego meus bens a minha prima.
Porém tem um detalhe: todos meus objetos ficarão, menos meu objeto mais valioso.
Deste objeto não abrirei mão jamais, pois se eu o desse seria como entregar meu coração.
Objeto caro quando falamos de dinheiro.
Mas muito mais caro quando falamos de sentimentos.
Este traz para mim a harmônia e a felicidade, coisas que nunca o dinheiro pargará.

Um comentário:

  1. Nara,
    muito interessante esse seu texto. Está mais para conto do que crônica, mas não tem problema, estilo literário, tema bem explorado. vale uma revisão ( pargará) e talvez trabalhar mais um pouquinho o final.
    Muito legal.

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