quinta-feira, 24 de abril de 2014

A mudança

Estou a um passo de ser livre.
Adeus mãe e pai, olá independência.
Lá fora, parado na rua, vejo um pequeno caminhão de mudanças.
Homens altos carregavam pacotes infinitos, recheados de roupas minhas.
Avisto também meus pais envolvidos em um abraço cheio de tristeza e ao mesmo tempo repleto de orgulho.
Permaneço em meu quarto.
Olho para um canto, olho para outro.
Relembro de tudo o que já passei neste local, e como está sendo difícil deixa-lo pra trás; e que em um futuro muito próximo ele já fará parte de meu passado.
É preciso ser forte neste momento tão triste, onde deixo minha infância e a entrego á minhas lembranças.
E o pior de tudo é que nem poderei levar meus tão preciosos móveis comigo, pois eles pertencerão a minha prima.
Meus armário, minha cama e todo o resto não são mais de minha posse.
E agora que abri mão de meus bens preciso comprar outros...
Sei que fazer isso será muito difícil, porque mesmo os móveis que sejam idênticos a esses, nunca serão iguais a eles.
Então mesmo visando as consequências, entrego meus bens a minha prima.
Porém tem um detalhe: todos meus objetos ficarão, menos meu objeto mais valioso.
Deste objeto não abrirei mão jamais, pois se eu o desse seria como entregar meu coração.
Objeto caro quando falamos de dinheiro.
Mas muito mais caro quando falamos de sentimentos.
Este traz para mim a harmônia e a felicidade, coisas que nunca o dinheiro pargará.
A noite em casa


Era uma noite comum: preparava o jantar, a panela apitava, o cão latia, o gato miava e as crianças no parquinho gritavam, desrespeitando suas mães que irritadamente mandavam-os subir para seus apartamentos, enquanto eu, já nervosa esperava o arroz cozir no fogão.
Ás vezes me pergunto quando isso acabará, mas não gosto muito de me perguntar sobre isso porque até já sei a resposta...
Na verdade sei que toda esta bagunça acabará somente quando não existirem mais noites.
Isso mesmo, quando num dia nenhuma luz precisar ser acendida; quando num dia o luar não existir nem na mais negra escuridão.
Ou seja, nunca.
Ás vezes me pergunto: por que não me mudar?
Mas também não gosto nada de me perguntar coisas que envolvam este assunto, pois de novo até já sei a resposta.
O dinheiro está curto e como diz o velho ditado, dinheiro não cresce em árvore.
Ás vezes; quase nunca, me pergunto por que o dinheiro está curto, mas odeio me perguntar coisas relacionadas a este tema porque logo depois me arrependo de tudo...
Tantos problemas neste mundo e eu me queixando de meus inocentes vizinhos.
Lixo nas ruas, estradas mal feitas, escolas péssimas, políticos corruptos, rios poluídos...
Mas para mim, nada se compara a raiva que eu tenho de meus tão inocentes vizinhos.
Não sei ao certo porque, mas também nem busco saber porque.
Ás vezes acho que reclamo muito e por coisas tão insignificantes, mas é difícil admitir uma coisa dessas.
Olhando para as coias por este lado, até que as crianças desrespeitosas são bonitinhas...
Ás vezes me pergunto porque crianças são bonitinhas, mas...

terça-feira, 15 de abril de 2014

???

Ás vezes todo mundo tem dúvidas.
Quando digo todo mundo é todo mundo mesmo, sem nenhuma exceção.
Se todos temos dúvidas vamos nos perguntando cada uma delas;
E sempre alguém tem uma resposta.
Se sempre alguém tem uma resposta então nossas dúvidas são diferentes, é claro.
Mas imagine então se nossas dúvidas fossem iguais...
Seria muito chato não é mesmo?
Acho que ninguém teria a solução para nada, e o mundo seria um grande ponto de interrogação...
Imagine algo pior: e se todas as nossas dúvidas fossem iguais as dúvidas daquelas criancinhas que vivem perguntando ``por quê?´´
Seria ruim não?
Todos nós teríamos dúvidas extremamente simples, mas que para as crianças são extremamente complexas...
E se nossas dúvidas fossem as de um analfabeto?
Se não soubéssemos nem ler...
Tão pouco escrever.
Mas antigamente nossas dúvidas eram exatamente essas
Acho que as dúvidas são fundamentais para que o mundo gire, e se não tivéssemos dúvidas à maioria das coisas que temos hoje não existiria.
Isso se mostra ser assim porque são as dúvidas que nos incentivam a ter respostas...
Se já soubéssemos de tudo não teria a mínima graça, o mundo já viria todo montado...

Dúvidas são divertidas, interessantes, surpreendentes e essências, então se você tiver alguma, a mais boba que seja, pergunte.

sexta-feira, 14 de março de 2014

O muro pixado

Estava andando na rua quando olho para a esquerda e me deparo com um muro.
O muro era cinza porém nele havia várias pixações de letras estranhas pixadas de preto.
Para quem  mora nesta cidade isso é uma coisa bastante normal e sem graça.
As pessoas passam pelas pixações sem dar nenhuma importância e seguem seu caminho rumo a seu destino.
Continuei andando sem dar muita importância, quando olho para a esquerda e vejo mais algumas pixações.
Como esta cidade é cheia de pixações.
Por que será que pixam tanto?
Será que é legal fazer uma coisa fora da lei como esta?
Existem tantos pixadores assim?
Agora surgiram dúvidas e logo me vejo parada em frente ao muro.
O que são essas letras estranhas?
Será que possuem significado?
De onde surgiu a pixação?
Logo percebo que uma coisa tão comum me fez ter tantas dúvidas e interesse. Talvez nunca tenha reparado que esta coisa tão cotidiana é tão interessante, pois nunca parei para olhar e analisá-la.
Se pensarmos desta forma tudo fica interessante.
Talvez se as pessoas parassem para pensar, e se fossem mais curiosas, ganhariam mais conhecimento.
Seria ótimo e não estou pedindo grande coisa, apenas para que parem um pouco e olhem de modo mais amplo para as coisas.